quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Abortidades.

Esta é a pergunta a que vou (vamos) ter de responder no próximo Domingo:
«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»
Queria deixar então aqui algumas das questões com que me tenho deparado:

Não será esta campanha uma tentativa do governo ludibriar e culpar a população de uma lei canibalesca e imoral, caso o sim ganhe? Passando o governo como o “submisso” do povo, “executando apenas os desejos dos portugueses”?

Será que ao invés dos partidos políticos e movimentos se gladiarem com argumentos a favor e contra da despenalização, não seria melhor concentram as suas ideias em promover o apoio a mães solteiras e/ou darem mais apoios as IPSS que trabalham nesse campo?

Intervenção do Primeiro-Ministro no debate mensal na Assembleia da República «A política de Segurança Social» 27 de Abril de 2006.
“Em quarto lugar, as políticas públicas não podem continuar alheias aos problemas da evolução dramática da natalidade. Precisamos de mais incentivos à recuperação da natalidade.” (Veja aqui o texto completo)
Então, a despenalização do aborto será um dos “incentivos” de luta contra a baixa taxa de natalidade! Certo Sr. P. Ministro?...

Dos argumentos defendidos pelos Movimentos pelo “sim” é que Portugal neste tema está atrasado em relação à maioria dos países da C.E.. Sejamos sensatos, então e o nosso Sistema de Saúde, a nossa Educação, as nossa Reformas… estamos atrasados em tantas coisas prioritárias, e vamos fazer um referendo de um tema polémico que já tinha sido negado. Então que pensarão os outros países de nós, certamente gozam-nos pelas palhaçadas dos nossos políticos.

A questão do aborto não está em prender ou humilhar a mulher que o pratica, a questão está na mentalidade e na falta de informação de muita gente.
Seria nesse ponto que o governo deveria apostar, promovendo campanhas de sensibilização para evitar uma gravidez indesejável, dar um maior acompanhamento e estar mais perto das mulheres vitimas de violência e que são obrigadas a abortar… enfim mil e uma situações que tenho a certeza traria resultados positivos.

Para terminar, escusado será dizer que no próximo Domingo vou votar, pois não basta dizer que sou ou não sou a favor, temos que o assumir e o acto a leitoral é sem duvida a melhor forma para o cidadão se manifestar… ah! Claro o meu voto é NÃO.