quinta-feira, setembro 23, 2010

Dias de Outono...

Hoje começou o Outono!
O dia está apático...
a praia quase deserta...
o mar perdeu azulão, para dar lugar a um espelho cinzento...
sente-se uma brisa fria e as gotas de chuva são geladas e incomodas.
Hoje sinto-me... distante...
num estado de quase hibernação...
insatisfeito com tudo e com todos...
o suspiro é constante...
estou cansado...
estou acomodado...
escolhi uma musica melancólica para embalar esta tarde imensa...
as horas parecem dias e os dias são semanas...
por mais que o tempo passe, tudo permanece igual...
nada muda... ou quase nada muda,
ontem era Verão, hoje é Outono...

terça-feira, setembro 14, 2010

Crueldade adulta

Há dias reparei de quanto um adulto pode se preconceituoso e cruel!!!
Estava ao pé do meu filho enquanto ele brincava com uma outra criança. Os dois corriam, de um lado para o outro, brincavam ao faz de conta, davam saltos e riam um do outro...
Nunca se tinham visto, mas o facto de um começar a correr atrás do outro, foi o suficiente para parecerem amigos de escola. Davam saltos, corriam, brincavam... era a pureza e ingenuidade de ser criança!
Encostado ao muro, estava eu, apreciando as brincadeiras, mas sobretudo "controlando" o meu filho, com receio dele se magoar. A outra criança tinha aparecido por ali, sozinha sem ninguém "a controlar", apenas queria brincar, os pais vendedores ambulantes estavam ocupados, sem tempo para a pequena crianças de cinco ou seis anos.
Quando vi os dois a brincar, o meu inconsciente despertou e assolou-me o pensamento um turbilhão de preconceitos:
"Tantos miúdos aí para brincar, e o meu a correr atrás deste pobrezito..."
"Que estarão as pessoas a comentar?"
"Tenho que acabar com isto! ainda que ele faça uma birra..."
"..."
Pensei um pouco em tudo isto, antes dos pensamentos passarem para os actos. Então "saltei" para o outro lado da barricada.
Qual é a criança que não gosta de brincar?
E que mal é ser filho de vendedores ambulantes?
Que maldade pode haver numa criança!
Nós adultos é que estigmatizamos, rotulamos e estruturamos a sociedade. As crianças são apenas fruto da nossa aceitação ou rejeição, perante a sua posição na sociedade.
Lembrei-me depois da carta de São Paulo aos Coríntios "Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Mas, quando me tornei homem, deixei o que era próprio de criança" 1 Cor 13, 11.
Acabei por entrar na brincadeira dos dois, brincando também de faz de conta, e como é bom brincar de faz de conta!!! Os dois encheram-me de doces e de coisas boas, numa correria frenética para verem qual dos dois conseguia dar mais variedade e quantidade!
Depois levamos a criança para a mesa onde iamos jantar, perguntamos o que queria comer, e colocamos a tudo ao seu dispor e começamos a petiscar, sempre dando atenção ao pequeno...
Com uma matrice de criança, disse-me que a mãe lhe estava a chamar. 
- Vai lá, mas volta para comeres - disse eu.
Então saiu da mesa sem dizer mais nada e correu.
Mais tarde encontrei-o ou pé da mãe, quando me viu saudou-me e encolheu-se de vergonha, estava a comer junto da mãe.
Levantou-se e veio ter comigo com um sorriso nos lábios!
- Então não foste comer, como te disse? - disse eu em tom de brincadeira.
Voltou-me costas, como que a gozar e voltou para junto da mãe...

Quanto ao Pedro, passou uma noite óptima, brincou com outros miúdos, correu, saltou e por fim, quando dissemos que era horas de ir para casa. Pediu colo e disse: "Já é de noite, são horas de ir dormir".
Devia estar exausto, como eu e como a mãe, estávamos, de tanto levantar e sentar para o "controlar"...

Podia ter sido uma noite péssima se tivesse ido atrás dos instintos crueís e socialmente correctos. São estes pequenos acontecimentos que me levam a crer que vivemos numa selva, e muitas das vezes as nossas actitudes podem passar para lá do animalesco!

O preconceito, calculismo, egoísmo, mentira, farsa e incompreensão pode fazer do Homem um ser muito cruel! 

À noite, já deitado, dei por mim a pensar nisto tudo... estava contente, porque não estigmatizei aquela criança, que se calhar noutras situações semelhantes terá sido escorraçada. Eu e o meu filho, pelo contrário brincamos com ela durante o tempo que ela quis...

São nestas alturas, que penso: "Seria tão bom voltar a ser criança..."


terça-feira, agosto 03, 2010

Meu querido mês de Agosto...!

E finalmente chegou o tão desejado (ou talvez não) mês de Agosto!!!!

Apesar da crise este é o mês das férias, e muita gente ainda que não faça uma quinzena de praia, no Algarve, pelo menos uma semana, ao sol, é fundamental, pois trata-se de uma rotina tão bem mecanizada, que até o próprio corpo e organismo impele para esse desejo!
Por outro lado os que trabalham e vivem por cá (Algarve) vêem este mês de diferentes perspectivas:

Mas vamos por partes!
Os que vêm para o Algarve para fazer férias!
a) - Ver pessoas novas e novos locais! - Se queremos ver pessoas e coisas diferentes nas férias, vamos para fora do nosso quotidiano... ora Agosto rima com Algarve! Para uns as nossas belas praias são uma novidade, mas para outros é um ritual anual… quase obrigatório! Que se repete há largos anos.
De facto “fogem” das localidades… mas o Algarve em Agosto não é propriamente uma ilha deserte e o refugio que muitos anseiam…
Claro que descobrimos locais novos e cruzamos olhares e amenas cavaqueiras com pessoas novas, mas é quase inevitável, partilhar o areal da praia com aquele colega do escritório e passar uma bela manhã de sol e mar a desabafar os 1001 problemas do trabalho do escritório!

b) - Bronzear o corpo é sinónimo de posição social. Ainda que venha para o Algarve, passe duas semanas à base de sandes, água ou fast-food, alojados na casa (ou quarto de um amigo), ou num empreendimento degradado, o importante é chegar a Setembro, com o corpo bronzeado, para mostrar aos colegas de trabalho que tivemos umas férias em grande... e dizer que não precisamos de comentar muito as férias "Basta olhar para a cor da minha pele!!!"

c) - Os que gostam de aproveitar as férias. Vêm para os Algarves não só para gozar da praia, mas de tudo aquilo que o Algarve tem para oferecer, gastronomia, festivais, festas e diversão nocturna...
Esses sim, pode-se dizer que quando acabam as férias estão prontos para outras...

Quanto a nós algarvios, este é o mês da confusão... e o mês da Salvação!!!
Confusão porquê?
Porque, perdemos o direito ao estacionamento à porta do escritório, que temos "reservado" todo o ano e causa-nos um transtorno enorme andar ás rodas à procura de um buraco para "enfiar" o carro;
Confusão porquê?
Porque, por mais que chegamos cedo à praia ao fim-de-semana, há sempre alguém que se vêm "deitar" quase debaixo da sombra do nosso sombreiro;
Confusão porquê?
Porque, queremos ir fazer as compras habituais ao fim de semana e temos os Hiper a rebentar pelas costuras...
Depois e para piorar a situação, saímos de casa para ir trabalhar enquanto outros saem de casa para ir apanhar banhos de sol...!


Mas há Algarvios que também esperam e desesperam por este mês, sobretudo os que vivem do turismo... para esses o Agosto podia ter 60 ou 90 dias, melhor podia ser o ano inteiro, que não havia azar!!!

Bom e já chega de conversa! É melhor voltar ao trabalho... aos que estão de férias "Boas férias no nosso Algarve" e a para os que estão a trabalhar "Aguentem-se môços!!!"

Abraços e beijinhos!

sexta-feira, junho 04, 2010

Pensamentos que desgastam...


Há dias que me sinto num vazio interior, tão estranho, que se mistura com um amaranhado de pensamentos soltos os quais não os consigo organizar ou mesmo compreender...
Será medo de arriscar?
Receio de pôr em prática as ideias, que me consomem o interior, por estarem sofocadas nos meus pensamentos?
Deve ser a acomodação "socio-pessoal" que não me permite saltar a "cerca"...
Talvez seja um pouco de tudo isto, ou talvez não seja nada disto...

segunda-feira, abril 12, 2010

Tanta coisa para tão pouco tempo...

Das duas, três! Ou o dia passa a ter 48 horas ou eu tenho que me dividir em dois! Só assim é que posso atender a todos os meus afazeres!

Quantas vezes acordo a pensar nisto? Aliás só de pensar fico cansado e ansioso…

Hoje foi uma dessas manhãs, em que, se já não basta-se estar atrasado, acordei com o cérebro a fazer a agenda para mais uma semana de trabalho, e por outro lado a tentar colocar nas poucas horas livres alguns afazeres também importantes e com os quais me comprometi, mas que por um motivo ou por outro vão ficando adiados… mas não esquecidos!

E com isto tudo sobra pouco espaço e tempo para ver um filme, ou sair para fazer umas experiencias com a máquina fotográfica, passear com o filho… ou até passar umas horas a testar tácticas e teorias no “FM2010”.

Este fim de semana consegui deixar dois filmes a meio, depois do Pedro se deixar dormir, fui para sala, escolhi um filme e comecei cheio de entusiasmo a ver, no entanto o facto de estar sentado e desligado de todas as outras preocupações, acabou por me fazer também desligar do filme…

Na noite seguinte, a ideia era ver o resto daquele filme que me tinha”empolgado” tanto na noite anterior, por azar não consegui pôr o filme a correr…
- Se não consigo ver este, então escolho outro, pois que o problema não seja falta de filme! – Pensei eu.

Outra noite, outro filme! Não sei se consegui ver uma hora do filme, quando acordei o ecrã esta azul… e o relógio da sala já passava da meia-noite...


Com isto chego à conclusão, que o melhor é tentar actualizar as minhas tarefas pendentes, executar as que tenho pensadas e depois sim… talvez já consiga ver os filmes até ao fim!

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Dia de São Valentim

Há um ano atrás escrevia assim:

AMOR...

Talvez seja um emaranhado de sentimentos, que se confundem com fugazes momentos de prazer e que logo se desvanece no arrefecer crepitante de dois corpos que se afastam e se desligam no fechar dos olhos, vencidos pela exaustão do repentino clímax...



Talvez seja o balbuciar de palavras soltas, perdidas na intimidade de amantes, que se entendem mutuamente e que ninguém consegue compreender, a razão dos rostos molhados, das lágrimas salgadas, que alimentam tão grande paixão...


Talvez seja um simples olhar, entre dois apaixonados, que no silêncio e tocar dos lábios revelam, uma imensidão de sentimentos e desejos, que nem mesmo os próprios enamorados conseguem decifrar e entender tão grande sintonia, inconsciente, que os domina e envolve de tal forma que nem a morte consegue ofuscar, tão grande amor...


Talvez o amor seja tudo isto... ou talvez nada disto seja amor...


Talvez seja impossível descrever "o que é o amor"!


Talvez o amor só possa ser descrito pelos verdadeiros apaixonados, com a simplicidade do seu dia-a-dia que se mistura com as cumplicidades íntimas dos dois, e, no fim da caminhada olhando para trás vejam todos esses momentos e cumplicidades resumidos numa vida intensa de paixão.


Assim como o nosso amor...


de Humberto para Márcia

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Novo refúgio

Pois é depois de muito pensar criei um novo espaço na blogosfera!!!

Trata-se de um "refúgio" mais intimista, onde irei partilhar algumas conversar com o meu eu e com Deus... sim Deus, esse mesmo que para alguns de vós é um estranho e desconhecido, mas que me é intimo e com o qual converso com alguma regularidade.

Mas não desesperem, porque este o "Nossos Refúgios" vai continuar activo e a registar as nossas ideias, pensamentos, reacções e momentos do quotidiano.

Passem por lá:     Espontâneas Intimidades

Um abraço

terça-feira, janeiro 12, 2010

Amigos...

uns que já não nos lembramos, outros que vimos de tempos em tempos e recordamos alguns momentos em comum;

outros que estão sempre presentes podemos contar com eles e desses nunca nos podemos esquecer;

...grandes amigos… também sempre presente, mas cuja amizade advêm de fortes vivências e experiências partilhadas, momentos esses que foram, são e serão sempre reveladoras dos pormenores mais íntimos de cada um e que só quem é realmente amigo o consegue ver e entender. É na partilha desses momentos que se fortalece a relação de amizade… eterna!

colegas de trabalho… aqueles com quem mais debatemos e refutamos aspectos técnicos, meticulosos e restritos da nossa actividade profissional

conhecidos… passamos na rua e dizemos para nós mesmos “acho que o conheço de qualquer lado…”. Mas que em determinada circunstancia, aproximamo-nos dele e antes do cumprimento surge-nos a questão “será que sabe que sou eu?”

os amigos de ocasião… dão jeito para conseguir algum favor… ainda mais nos dias que correm...

os familiares… chegados e mais afastados, mas sempre ligados com laços de sangue… podemos nos esquecer deles, podemos até nos esquecer que o são, mas essa é uma ligação inquebrável.

os amigos da noite, muitos desse só os vimos de semana a semana, melhor ao fim-de-semana, quando nos encontramos num bar e juntos enfrentamos a dura noite boémia, depois ao romper do dia desaparecem como animais nocturnos e moribundos devastados, fruto de uma noite avassaladora e tumultuosa…


... amigos... o importante é tê-los...


Humberto Martins