quinta-feira, julho 12, 2018

Castelos de areia

É inspirador ver como as crianças gostam de construir castelos de areia, sobretudo quando o querem fazer junto do mar desafiando-o a derrubar tão árduo empreendimento, e, quando as ondas ameaçam o 'magnânimo' edifício, as crianças procuram levantar muralhas para proteger o 'seu' castelo...
Mas o mais belo é que, no dia seguinte, quando regressam novamente à praia, e veem que o seu castelo foi levado pelo mar, voltam à construção com maior empenho e cuidado, com o desejo de erguerem uma construção forte, resistente e indestrutível...

Escreve São Paulo na sua 1º Carta à Igreja de Corinto: "Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Mas, quando me tornei homem, deixei o que era próprio de criança." 1º Cor. 13,11. De facto, enquanto adultos podemos "destruir" o entusiasmo das crianças bastando dizer que o seu trabalho é inglório e que por maior que seja o castelo o mar virá sempre derrubá-lo. 
Questões:
Mas temos o direito de destruir os 'sonhos' que não são nossos? 
O que ganhámos nós, adultos, ao contrariarmos alguém que é feliz, a viver e realizar os seus sonhos?
De facto quando crescemos tornamo-nos demasiado moralistas, realistas, críticos, egoístas e até egocêntricos... e os sonhos tornam-se por vezes autênticos pesadelos... 

Foi há poucos dias que olhando para as "minhas" crianças empenhadas a construir "castelos" na areia, pensei em tudo isto. Quantos 'castelos' sonhamos construir na nossa vida pessoal, profissional, familiar e social mas por vezes há ondas que as destroem, e como somos adultos, como já não sonhamos como crianças, desistimos de voltar a erguer esses sonhos dando lugar a frustrações... 

Mas escreve o Evangelista São Mateus sobre a fé: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: 'muda-te daqui para acolá, e ele há-de mudar-se; e nada vos será impossível" Mt. 17, 20. É essa vontade que deve substituir às adversidades que nos são colocadas dia-a-dia, é a convicção nos nossos ideais que nos devem orientar e animar, ainda que as 'ondas' insistam em levar os 'nossos' castelos. Deve ser a nossa persistência em reconstruir e reerguer aquilo com que sonhamos... sobretudo o que sonhamos não só para nós mas acima de tudo para aqueles que connosco se cruzam diariamente.

Diz São Paulo à Igreja, atribulada e perseguida de Roma: "Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração" Rom.  12,12

Assim seja...